terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A indomável Roadog

Por mais curta que seja a sua vida, todas as motos têm uma história para contar. Poucas, no entanto, terão uma tido uma vida tão aventureira como a Roadog, a moto mais comprida do mundo. Criada no começo dos ano 70 pelo americano William "Wild Bill" Gelbke, - um engenheiro electrónico que trabalhou vários anos na McDonnell Douglas antes de se estabelecer com uma oficina mecânica em Chicago - a moto tinha um motor de um Chevrolet Chevy II, a transmissão de uma Harley Power Glide, travões de disco de um Chevrolet Corvette, e quatro apoios hidráulicos em vez de um descanso normal. Tinha 5,18 metros de comprimento e pesava 1487 kgs. Só no seu primeiro ano de vida, a moto fez quase 30.000 kms um pouco por todos os Estados Unidos mas depois disso Wild Bill voltou com ela para Chicago e concebeu uma máquina mais pequena, a Gelbke Auto-Four que "só" pesava cerca de uma tonelada e da qual ainda se fizeram oito exemplares. Só isto já dava direito à Roadog para figurar nos anais da história das duas rodas, mas a sua história não acaba aqui. Em 1979, Wild Bill morreu (em circunstâncias que nunca ficaram muito claras mas ao que tudo indica com uma bala disparada pela polícia!) e passado pouco tempo a moto desapareceu para só reaparecer passados seis anos numa garagem, na Califórnia. Após uma colecta pública de dinheiro, foi comprada aos herdeiros de Wild Bill pela Motorcyclist, uma das principais revistas norte-americanas de motos da época, e foi planeada uma sessão fotográfica com ela, parada e em movimento. Para a conduzir foi nomeado o director de testses da Motorcyclist, um ex-piloto com bastante anos de experiência na condução de todo o tipo de motos, só que o homem não chegou muito longe. Ainda conseguiu pôr a moto a andar mas quando chegou à primeira curva, em velocidade moderada, a Roadog simplesmente atirou-o para o chão. No seguimento disto, fizeram-se vários testes de física à moto e a mesma foi considerada "inconduzível" e nunca mais ninguém a experimentou. Aparentemente, só Wild Bill a conseguia "montar".

domingo, 26 de dezembro de 2010

A Honda 90 Limusine


Algunas personalizações de clássicas não têm lá muita graça mas há outras que são verdadeiras obras de arte e esta, de uma Honda 90, é uma destas últimas. Foi "descoberta" pelo Carlos Veríssimo de Álcacer do Sal e vale a pena ver, e rever. O primeiro video dá-nos uma ideia do que é a moto e da qualidade do trabalho de quem a fez enquanto o segundo, que terá sido filmado num passeio

de Hondas clássicas, é simplesmente hilariante, sobretudo ao vermos como o condutor faz aquelas curvas fechadas com a maior das facilidades. Não haverá aí nenhum "maluco" que se entusiasme a fazer uma coisa parecida, seja com uma Honda uma Yamaha, uma Florett, uma Zundapp de origem ou até algo "made in Portugal"?

sábado, 25 de dezembro de 2010

Só coisas bonitas


Já há vários anos que tenho por hábito dar um mini-giro por algum lugar longe dos Lisboa na véspera de Natal e este ano não foi excepção. Desta feita fui até aos nortes, ao Minho mais exactamente, e é impressionante a quantidade de coisas que um apaixonado de motos clássicas pode ver por lá mesmo que seja só numa viagem-relâmpago como esta. Para variar, não fui nem a metade dos lugares onde gostaria de ter ido mas tanta coisa boa que mesmo assim deu para ver! Desde uma moto russa de 300cc indescritível - mas que havemos de descobrir o que é - até uma Bina a andar na EN 13 perto de Foz do Neiva (e a passar por uma carrinha da Brigada de Trânsito que ficou estupefacta a olhar para ela e para o seu condutor sem capacete), uma raríssima ACE de quatro cilindros que está a ser restaurada em Famalicão pelo Eduardo "das Indians", três ou quatro Casal das primeirísismas no Armindo "do Louro", os avanços no restauro do que promete vir a ser uma V5 de Turismo com malas "de pistola" de fazer parar o trânsito ou quase, a que é provavelmente a única Suzuki 500cc a dois tempos de competição em Portugal, e mais e mais. Tudo isto em pouco mais de oito horas. E ainda há quem me pergunte como arranjo tanto material para escrever na revista.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Esta é do pai

Não são todos os pais que têm a sorte dos filhos gostarem também de clássicas mas na família Cardoso, de Lamego, parece que não tem esse problema. O pai Paulo tem uma série de máquinas, sobretudo 50s mas os seus dois filhos, que aqui se podem ver com ele junto à sua mais recente aquisição, uma Perfecta já restaurada (que em princípio vai ser a motorizada que vai levar a Fátima) também gostam destas coisas. E só o Gonçalo, que ainda tem quatro anos mas já tem cara de malandro, já é "proprietário" de uma Casal Boss, uma SIS Sachs V5, uma SIS Sachs TC50, uma Vespa, uma Zundapp 3, e uma Suzuki 125. Há pais que têm sorte, mas há filhos que também não se podem queixar!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A dúvida da família Franco

Ainda faltam mais de seis meses para o "Todos a Fátima" mas haverá já poucos concelhos de norte a sul do país onde não há já gente a preparar-se para o mega-encontro. Em Alcobaça, por exemplo, temos a família Franco, adeptos incondicionais de Floretts, que não só já decidiu que vai participar como está a promover o evento nos cafés, associações e outros locais de encontro do concelho. O único problema é quem vai a conduzir as duas Floretts Super da família (aqui entre uma Heinkel e uma MZ num passeio local há uns meses atrás). E isto porque tanto o pai Franco como o filho e a filha gostam de andar de moto. "Ainda não sabemos como vai ser", diz o filho Jacinto, "Mas havemos arranjar maneira de ir os três, e a minha namorada também. Daqui de Alcobaça vamos pelo menos duas motos e quatro participantes".

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pré-inscrições abertas!

Com a Dmc 28, finalmente, pelas costas, é tempo de nos concentrarmos não só na próxima como também no nessa outra maluqueira em que nos metemos e que dá pelo simpático nome de "Todos a Fátima". E a novidade do dia é que quem quiser já reservar o seu lugar no encontro pode, a partir de hoje, fazer a sua pré-reserva. Basta enviar um mail para todosafatima.2011@gmail.com com o nome e um telefone fixo ou móvel de contacto. Só isso. Quando for feita a abertura oficial das inscrições, o que está previsto para Janeiro, os pré-inscritos serão contactados em primeira mão para a confirmação das suas inscrições. Embora para já não haja limite de inscrições, caso o número de interessados no encontro supere as nossas expectativas mais optimistas, terá que se considerar uma tal hipótese.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A próxima Dmc

Com dois feriados pelo meio, uma feira de Aveiro, os preparativos para o Todos a Fátima e ainda outros trabalhos, cá está a capa da nova MotoClássica que começa a ser impressa amanhã e que estará pronta terça ou o mais tardar quarta da semana que vem. Foi mais uma "trabalhera" como se diz no meu Alentejo mas que penso - para variar - ter valido a pena. Do artigo da capa - sobre as várias Yamahas Dt125 - ao historial da chegada da Suzuki às pistas, o restauro de uma rara - muito rara mesmo - Typhoon Giulietta, o apanhado do que foi a última Veterama (a maior feira de motos clássicas do mundo), o calendário dos encontros oficiais de 2011 e mais isto e mais aquilo - são mais 84 páginas de muita coisa interessante e para ler, reler, e voltar a ler. Uf.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Não haverá por aí nenhuma?

Enquanto uma parte da próxima revista já está na gráfica, o resto deve ir para lá amanhã, segunda-feira. E apesar dela ir ter muita coisa de motos portuguesas, dois dos principais artigos são dedicados a marcas estrangeiras ou, melhor falando, a japonesas. Um, sobre o qual já falei aqui há uns dias atrás, foi o dedicado aos primeiros tempo da Suzuki no mundo das competições. E o outro foi o artigo da capa da revista, sobre a saga da fantástica Yamaha DT125 a qual, bem feitas as contas, é talvez a moto clássica que conta com mais exemplares em Portugal. Apesar de nunca ter tido nenhuma, sempre admirei esta moto. Comecei primeiro por admirar as maravilhosas linhas do primeiro modelo com o guarda-lamas dianteiro de alumínio colado à roda e os dois amortecedores traseiros, depois encantei-me com a refrigeração a água e os travões de disco dos modelos dos anos 80 e ainda hoje, ou pelo menos até recentemente, ficava fascinado ao ver como as DT 125 R e XR, que no fundo não deixam de ser evoluções das primeiras DT125, como elas continuam a vender-se tão bem e a ser uma das motos preferidas da juventude. No meio de tudo isto, no entanto, ficou uma tristeza. A de não conseguir descobrir uma DT125 da primeira geração da qual pudêssemos fazer uma foto para o artigo. Descubrimos uma XM, em excelente estado, descubrimos LCs, e Rs não faltam, mas DT 125 do começo dos anos 70, só de catálogo. Será possível?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O fim de semana passado em Aveiro


Com pouca chuva no sábado e muita no domingo, Aveiro foi palco no fim de semana passado de mais uma Automobilia de Dezembro. Visitantes - talvez tantos como na feira de Dezembro do ano passado - e, como não podia deixar de ser, muita coisa interessante para se ver, e comprar também. Tanto a nível de ciclomotores e motorizadas como de scooters e motos grandes.
No tocante a ciclomotores, entre as coisas interessantes incluiam-se duas Cruzadores por restaurar (carotas, embora uma delas tenha sido vendida), duas Solexs raras e outras coisas pouco comuns como a máquina da foto de cima que foi levada à feira pelo Dário da Palhaça e vendida logo no sábado.
Em matéria de motorizadas, embora alguns expositores habituais da feira de Maio não estivessem presentes, havia também algumas coisas interessantes, em particular em matéria de motorizadas de motocross como esta Forvel de cross vinda do Porto e à venda por 150e sem documentos, e que também foi vendida.
Á semelhança de todas as outras Automobilias, pechinchas, pechinchas não havia mas mesmo assim os tempos que vivemos notavam-se nalgumas máquinas, tanto grandes como pequenas. Uma Bmw R90S com muito bom aspecto, e possivelmente trazida lá de fora, estava a ser vendida por 4000e enquanto Floretts meio restauradas podiam ser compradas por 1200e e até uma Sachs meio desfeita mas com documentos e ainda "salvável" podia ser levada por 200e.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Afinal também vamos ter gente da Madeira


Desde que comecei a preparar o Todos a Fátima que uma das pedras que tinha no sapato era a dificuldade, para não dizer quase impossibilidade, de virmos ter gente da Madeira e dos Açores. O projecto arrancou, ou está a arrancar, muito bem, temos gente um pouco de todo o continente já em preparativos mas das duas regiões autónomas sentia que ia ser complicado termos presenças. As motos teriam que vir dentro de contentores por barco e a logística à volta disso não é fácil (se bem que também não é impossível, como se viu no Vespa World Days em que um grupo de "scooteristas" arranjou maneira de estar presente em Fátima). Ontem, porém, tivemos a primeira confirmação que vai estar em Fátima pelo menos um grupo da Madeira, organizado pelo jovem Motorizada Clube da Madeira que foi recentemente constituído no Machico e que conta entre os seus fundadores com Paulo Spínola, um dos principais coleccionadores da Madeira. Paulo e os outros trés sócios fundadores, que aqui se podem ver numa comezaina há poucas semanas atrás por ocasião do primeiro passeio do clube, já têm máquinas, arranjaram uma carrinha de apoio e já têm também dormidas reservadas em Fátima e agora vão começar a divulgar a sua "peregrinação" na ilha. Dado o grande entusiasmo por clássicas que se está a verificar na Madeira, vai na volta ainda vamos ter uma verdadeira "armada" madeirense no 11 de Junho.

A "carrinha" do Litos

Enquanto em países como França, Holanda, Itália ou Reino Unido a maior parte das pessoas que faz restauros ou que trabalha em "artes" ligadas a eles gosta de falar do seu trabalho e promovê-lo, por cá ainda estamos a dar os primeiros passos nestas andanças. No distrito de Braga, no entanto, há um homem que teve uma ideia genial para promover 24 horas por dia o seu negócio de pinturas de motorizadas e motos clássicas. É o "Litos", um dos melhores pintores de restauros de "senhoras" que temos de norte a sul do país. Trabalho não lhe falta - há até quem diga que moto que entre na sua oficina para ser pintada chega a lá estar dois meses até voltar a sair cá para fora - mas não é por isso que ele desdenha promover a sua casa. E como a mulher anda todos os dias de motorizada, nesta bonita Xf 17 da foto - o amigo Litos não puxou pela cabeça e do que é que ele se foi lembrar? Restaurou a moto da mulher ao mais ínfimo detalhe, mas no depósito, em vez dos dizeres "Famel Xf17" arranjou um com o nome da sua oficina e o o seu número de telemóvel. Para quem perceber pouco ou nada de clássicas, é apenas mais uma motorizada bonita do antigamente. Para quem perceber e souber apreciar,é mais chamativo, e 500.000 vezes mais bonito, que uma carrinha toda decorada com o nome e o telefone do negócio do patrão, ou neste caso do marido. (Para ver o depósito em maior detalhe, basta clicar em cima da foto)